data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Especial/Diário)
Trator de 75 cv está cerca de 40% mais caro em função do preço do ferro no mercado internacional
As principais fabricantes de maquinários agrícolas do Brasil estimam um crescimento de 20% até 70% nas vendas de equipamentos neste ano. O motivo é a supersafra no país. No Rio Grande do Sul, depois de uma safra de 2019/2020 com perdas na colheita em função da seca, agora as revendas de máquinas comemoram a recuperação do mercado. Na Região Central, a colheita desta safra vai representar uma injeção de mais de R$9,2 bilhões na economia. Com dinheiro no bolso, o produtor agora quer pagar as dívidas do ano passado e investir em mais tecnologia para o novo plantio.
Preço futuro da soja chega a R$ 150 na região
Em uma concessionária da cidade, que possui lojas na região e também no Norte do Estado, as vendas aumentaram cerca de 60% em comparação com o ano passado.
- O produtor teve uma boa colheita e os preços das commodities melhoraram, então tudo isso colabora para que o agricultor compre mais. Investir em tecnologia é importante e eles sabem que a compra de agora reflete na colheita mais adiante. A cada ano o produtor colhe mais na mesma área plantada - avalia o diretor comercial, Rudney Doeler.
Os preços também subiram. Um trator de 75 cavalos, por exemplo, está custando 40% a mais do que em 2020. Uma das explicações para o aumento é a cotação do minério de ferro, que desde 2018 tem apresentado alta quase que diária.
A venda de implementos agrícolas também registra aumento. Em uma loja de Santa Maria, houve um incremento médio de 30% na comercialização de produtos desde março. No segmento, também houve suba de preços. Um tipo de guincho, usado para movimentar cargas em tratores, custava R$15 mil em 2020 e, neste ano, sai por R$29 mil, quase o dobro do preço.
style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">VÍDEO: safra movimenta R$ 9,4 bilhões na região
Com a grande procura em todo o Brasil, já começam a faltar produtos e quem precisa de equipamentos a pronta-entrega já encontra dificuldades. Algumas fabricantes dão prazos apenas para 2022.
- Já temos fabricantes com o ano fabril encerrado, com entregas apenas para janeiro e fevereiro do ano que vem - diz o diretor de loja de implementos Ricardo Tólio Antonello.
O agricultor Evandro da Rosa, 45 anos, é de Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, e veio para Santa Maria em busca de uma plantadeira para soja. Ele vendeu as duas que tinha e quer comprar uma mais moderna. Ele ficou assustado com os preços e o prazo de entrega e cogita comprar uma usada para garantir o plantio da próxima safra.
- Se não tiver uma programação de entrega para antes do começo plantio, não adianta. Vou procurar algo usado, até porque os preços também estão bem salgados.